20 dezembro 2007
19 dezembro 2007
I need a fix 'cause I'm going down
Postado por Julia às 12:39 0 comentários
17 dezembro 2007
I need a fix cause I'm going down
I met her when she was still just happy and shiny. Her blond hair had volume and light, her small eyes were alive and she talked loudly whenever she felt life was good and things would only get better and better. But halfway through the night (it was at a party or something), she showed me the first signs that things most probably were going to get worse. I can't remember what triggered such strange reaction, but she suddenly fisted the table and told a girl to shut it, because she didn't know anything about life. All perplexed eyes moved rapidly into their orbits as guided missiles towards agitated targets, while she and the girl digladiated in silence. At first, past the chock, the offended one stood up and tried to climb accross the table, struggled to reach the "blondie" (as she squeezed between clenched teeth), hands holding her back. For a few seconds Eleanor stood stil, unaffected, and then turned around, gave the fisty girl her back and walked away, as if no sotrm had been. Then, following this disturbingly serene response, the girl screamed at the already far away Eleanor: "You freak!". And that was about enough to turn her back into the old smily and shiny to whom I was introduced. At the time it wasn't clear to me what had happened, it seemed like a normal irritated reaction anyone could have on a bad day. But later on I would understand the real meaning of the weird episode.
Postado por Julia às 22:14 1 comentários
16 dezembro 2007
I need a fix 'cause I'm going down
She held those hands, pressed them hard, held them as if letting go meant the most unbearable pain, nails being ripped off, nonstop vomiting, little pieces of glass slowly piercing arms and legs, knives runnig through the feet's sole, nothing would be worse then letting go. She had to losen her fingers, to her despair, after all, she was meant to go through hell like all sinners are. She went back by herself, crying all her past mistakes, regretting all the broken bones, broken steps, bronken bonds that would never heal, like she would never heal from letting go. That was just the logical consequence of walking away, the solitude of all the songs that you can't hear, all the colors you can't see and all the words you can't pronounce because: YOU ARE ALONE. And this insuperable condition was exactly what defined her, not who she once were, not who she was, not all she could ever be, the simple existence came down to two little words that nobody could spill out, otherwise the world would collapse in consciousness and they just couldn't let that happen. All they did was let her suffer such collapse, isolated, making it look like she suffered from a contagious illness so distressful that the mere gaze of her eyes were enough to make me sick.
Postado por Julia às 23:40 0 comentários
12 dezembro 2007
L'erreur qui triomphe
Passou a luva de camurça pelas bochechas, secou o cachecol, espalhando as bolinhas salgadas pela lã, deixando uma camada fina e brilhante de água. Sacudiu a cabeça num descrer incessante, como se nunca mais fosse acordar. Olhava a luz dos carros passando, lembrando como foi diferente estar com ele em P., onde não havia mais ninguém que um para o outro. Talvez fosse exatamente o fato de estarem em outro país que possibilitou o que ela achava impossível. Idiota, a partida dele provava que nem outra galáxia operaria esse milagre.
Pensou bem na obviedade que era ter um romance em P., ela chegara ao ridículo de pensar que teria com ele o que via no cinema, aqueles roteiros mecânicos e previsíveis com finais adoçados com aspartame, porque sempre deixam um gostinho ruim na boca ao final. Acabou que mesmo com todos os ingredientes de uma história de amor perfeita, tudo se desenrolou como num filme B. E o final foi de filme dos anos 50, aqueles de romance sem final feliz, não como mandava o figurino. Clichê, ela? Imagine, Casablanca não passava agora pela sua cabeça...
Pensando no dia do primeiro encontro, estava tão feliz por encontrá-lo depois de mais de um ano! Era perto dali, numa ruelinha onde havia um bar gay, um albergue e uma loja de bijuterias feitas por um hippie americano. Como ele tinha mudado, morando naquele lugar tão pouco sério, talvez tivesse se libertado. Ela não sabia que chegaria em P. para encontrá-lo tão diferente, esperava que não tivesse transado com outro homem nem nada assim...
N. disse que não só não tinha transado com homem, como não tinha transado com ninguém desde que partira, um ano antes. Devia ser mentira dele pra me comer, pensou bem agora, ele já estava há algumas milhas, com certeza tinha mentido. Que fosse, era uma ilusão boa pensar que ela fora a primeira em tanto tempo. E foi a única por mais um bom tempo... Ele devia estar agora com uma aeromoça no banheirinho da econômica, aquele cheiro desagradável de xixi misturado com perfume barato e sexo. Mania de se torturar assim, não aguentou segurar as próximas lágrimas, que enxugou com força, deixando as bochechas vermelhas.
Postado por Julia às 14:55 1 comentários
11 dezembro 2007
Resignação
eram quatro as crianças cheirando cola, as crianças da Elisa. não tinham mais de sete anos, as crianças da Elisa. vi esse projeto de quadrilha a judiar de um cão cego e comer um pão sujo. as crianças da Elisa não têm casa, moram ali mesmo atrás da banca de jornal. com os dentes amarelos fazem três refeições ao dia, o jantar sempre é um resto de sanduíche do Mc' Donald's. os pequenos bandidos, as crianças da Elisa, não roubaram a moça jque passava, apenas pegaram seu celular emprestado. queriam só falar com os pais que não têm. nasceram de um repolho, as crianças da Elisa, seus pais não transaram. encontraram-nas num repolho podre, na lata do lixo. não tem salvação, o bando cheirando cola. as crianças da Elisa não têm salvação.
Postado por Julia às 02:18 1 comentários
10 dezembro 2007
Bastille
E àquela altura ele já devia estar no avião, talvez espremido entre uma senhora com odor de queijo e um senhor suando muito. Ou melhor, e uma mãe com um bebê recém nascido. Sim, seria um bom começo de vingança. Sabia que não, provavelmente foi o que de fato aconteceu, talvez ele tenha conseguido um lugar na saída de emergência, ao lado de um assento vago. Pior. Deve ter sido upgraded à executiva. De qualquer modo, tinha fugido o mais rápido que pôde, no primeiro vôo, da primeira hora, do primeiro dia do que seria o resto da vida dela. Só não foi a nado porque o Atlântico é deveras extenso.
Sem muito saber como, ela chegou à praça onde tinha encontrado N. pela primeira vez. Na verdade, o conhecera ainda no B., e muito bem. Foram amigos, amantes, e no fim não eram nada. Nunca foram nada enquanto sempre fazia 30° lá fora, os trópicos não foram para eles. Mas na terra da luz, onde em dezembro há floquinhos caindo do céu (ainda que em julho haja velhinhos morrendo de calor), lá tudo podia. Se houvesse um paradis como o de Luísa e Basílio, esse seria aquela cidade. Lá não havia julgamento, tudo estava por ser descoberto. Não tinham que se preocupar com nada, ou quase nada, e isso levou à criação de um nós. Claro, totalmente perecível, descartável, expirável, sentia-se lixo agora. Mas houve um nós, não podia negar, não mais.
Encontrou-o, naquela mesma praça, 6 meses antes. Fazia sol, calor, algumas crianças tomavam sorvete, se lambuzando sem dó das mães que lavariam as camisetinhas brancas depois. Lembrou-se de ter pensado como gostaria ela de ter de lavar aquelas camisetinhas, e depois poder guardá-las numa cômoda antiga no quarto decorado todo de azul e rosa (sempre quisera um casal de gêmeos, aqueles clichês). Tinha cumprimentado N. com um aperto de mão constrangido (afinal, na cabeça só se passavam filhos e maridos) e um beijo que deu errado, e que de tão errado acabou por dar certo. Lembrou-se que naquela mesma noite já o beijava com toda a paixão acumulada.
Hoje não podia mais dizer que aquilo era dar certo. A frustração lhe tomava conta, sentia a chama do vermelho no rosto, mesmo com o vento gelado e a garoa fina. Sentou-se no café em frente à FNAC na qual conversaram, um semestre antes, colocando a vida toda em dia. Foram horas difíceis, passaram juntos por todos os tipos de sentir. Como tinha sido bom pôr o peito todo pra fora! Se permitiu chorar na frente dele e rir das besteiras dele. Todo o catching up tinha sido suficiente para que ela soubesse, dissesse de novo pra si mesma "é com ele". Duas lágrimas grossas escorreram pelas bochechas até que chegaram no cachecol. Ficaram paradas, intactas, sem que se rompessem, dois pontinhos, saída e chegada, começo e fim.
Postado por Julia às 23:35 1 comentários
09 dezembro 2007
Brincadeira "da frase da página 161". Achei em outro blog, o Arquivo XX.
É assim:
1- procurar um livro próximo (o primeiro que aparecer, não vale escolher)
2 - abri-lo na página 161;
3 - procurar a quinta frase completa;
4 - postá-la no seu blog;
5- não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6- repassar a outros cinco blogs.
Primeiro livro que apareceu foi o "Poésies", do Rimbaud, que eu comprei num sebo ontem! Eu tava louca atrás de um livro do Rimbaud em francês e essa livraria/sebo na 7 de Abril lá no centro é muuuuuuito muito boa, mesmo. Vale a pena conferir.
Página 161: quinta frase completa: Pendant que les fonds publics s'écoulent en fêtes de fraternité, il sonne une cloche de feu rose dans les nuages.
(Enquanto os fundos públicos são desviados em festas de fraternidade, soa um sino de fogo rosa nas nuvens.)
Postado por Julia às 18:13 4 comentários
07 dezembro 2007
5. Da Série "Incômodos"
Verdades Inconvenientes - VI
diagnosticados como
díspares, imcompatíveis
não há droga que cure
toda essa carência
Postado por Julia às 00:58 0 comentários
06 dezembro 2007
05 dezembro 2007
Da Trilha Sonora da Minha Vida
If you see her, say hello
She might be in Tangiers
She left here last early spring
Is livin' there I hear
Say for me that I'm all right
Though things get kind of slow
She might think that i've forgotten her
Don't tell her it isn't so.
We had a fallin' out
Like lovers often will
An' to think of how she left that night
It still brings me a chill
An' though our separation
It pierced me to the heart
She still lives inside of me
We've never been apart.
If you get close to her
Kiss her once for me
I always have respected her
For doin' what she did an' gettin' free
Oh whatever makes her happy
I won't stand in the way
Though the bitter taste still lingers on
From the night i tried to make her stay.
I see a lot of people
As I make the rounds
An' I hear her name here an' there
As I go from town to town
An' I've never gotten used to it
I've just learned to turn it off
Either I'm too sensitive
Or else I'm gettin soft.
Sundown, yellow moon
I replay the past
I know every scene by heart
They all went by so fast
If she's passin back this way
I'm not that hard to find
Tell her she can look me up
If she's got the time.
Postado por Julia às 00:05 0 comentários
04 dezembro 2007
3. Da Série "Incômodos"
foto: Sergio Abaldi
Verdades Inconvenientes - IV
à Lilian Aquino
obstinada em ser aversu
do que ele quer
essa teimosia custa
encontrar o lado certo
Postado por Julia às 10:16 2 comentários
02 dezembro 2007
"El eterno grito de la existencia"
281
(Parte 1)
Sobre un amor inconcluso,
que por inconcluso devino eterno
En el telar del insomnio las ideas tejieron un tiempo antes del tiempo, un dolor antes del dolor, y una alma desnuda en un desierto de espinas, compuso la figura difusa de una doncella habitante de un abismo circular de emociones.
En ese hueco un estoico caballero precipitó su búsqueda al galope, atravesando distancias siderales para hallar su morada.
La raya del destino marginó de todo análisis esta cruzada, y una interspersa reacción, instó a su imaginario a pensarla escondida en un futuro tan distante del presente, como tempestuosamente amarrado al pasado. Hacia donde huye presurosa la armonía, escapando del entendimiento lineal de las cosas. Donde se aclaran las lágrimas de la angustia. Donde se asiste a la comprensión de ese sufrimiento y los sueños engendran el más bello acto de pluralidad.
Hacia ese frágil escenario dirigió su marcha, pero la tortura de un divagar eterno fue calando su esperanza, y este viejo jinete, cansado de andar, desensilló una mañana dejando tumbar su cuerpo sobre la fresca hierba que supo acunar a su bendita ilusión.
Los ecos de la muerte inundaron la doncella.
Abrumada por el olvido, acorralada por el instante, corrió hacia aquel círculo atemporal.
Sus ojos, tan descalzos como su ternura, contemplaron a este solitário viajero, pero sin atreverse a despertarlo...
...sólo para que en su sueño, él... la continúe pensando.
(Intersperso: disperso interiormente)
foto e texto: Sergio Abaldi, in "El eterno grito de la existencia" - Sentencias Viscerales II
Postado por Julia às 12:24 1 comentários
01 dezembro 2007
2. Da Série "Incômodos"
Verdades Inconvenientes - III
tracei planos e linhas
desenhei todos os nossos passos
quem diria que voê
usaria a borracha
Postado por Julia às 12:24 1 comentários
30 novembro 2007
1. Da série "Incômodos"
Verdades Inconvenientes - I
você foi só
mais um pequeno
com o qual
tive de fingir
Verdades Inconvenientes - II
roçava o salto
canelas secas
foi só para não
subir pelas paredes
Postado por Julia às 16:38 2 comentários
29 novembro 2007
28 novembro 2007
27 novembro 2007
26 novembro 2007
Trilha sonora da minha vida
Someone That Cannot Love - David Fonseca
You locked up your heart
You wake up with tears and stars in your eyes
You gave it all to someone that
Cannot love you back
Your days are packed
With wishes and hopes for the love that you've got
You waste it all to someone that
Cannot love you back
Someone that cannot love
Love, ain't this enough
You push yourself down
You try to take comfort in words
But words
They cannot love
Don't waste them like that
Cus they'll bruise you more
You secretly made
Castles of sand that you hide in the shade
But you cannot hold the tides that break them
And you build them all over again
You talk all these words
You make conversations that cannot be heard
How long until you notice that
No one is answering back
Someone that cannot love
Love, ain't this enough
You push yourself down
You try to take comfort in words
But words
They cannot love
Don't waste them like that
Cus they'll bruise you more
Love, love, ain't this enough
Pushing around
You try to take comfort in words
But words
Well they cannot love
Don't waste them like that
Cus they'll bruise you more
Someone that cannot love
Someone that cannot love
Someone that cannot love
Love, ain't this enough
You push yourself down
You try to take comfort in words
But words
They cannot love
Don't waste them like that
Cus they'll bruise you more
Love, love, ain't this enough
Pushing around
To find little comfort in words
But words
Well they cannot love
Don't waste them like that
Cus they'll bruise you more
You know they'll bruise you more
Words they will hurt you more
Words they will hurt you more
Yes they'll bruise you
Someone that cannot love
Someone that cannot love
Postado por Julia às 00:30 0 comentários
25 novembro 2007
Domingo com prosa
Vai aqui um texto que postei ontem no Tantaprosa, que fala sobre homens e mulheres, a mesma ladainha de sempre!
________________________
Estava ontem tentando escrever um poema. Às vezes aqueles fluxos de inspiração nos enchem de coisas a dizer, mas ontem a coisa estava meio empacada. Queria falar do peito aberto, das pessoas que se colocam sem barreiras pros sentimentos, sem bloqueios, sem medo.
Hoje, por coincidência, no episódio de Sex and the City (série que está sendo reprisada na Fox), a protagonista falava exatamente disso. "Quão perigoso é ter um coração aberto?". Pelo jeito, perigoso demais.
Pra quem não conhece a série, a protagonista, Carrie, é jornalista e com mais três amigas, fala da vida em NY, de sexo, relacionamentos, moda, sapatos, mais sexo, mais moda e um pouquinho sobre a vida americana. É uma série bem superficial, mas com alguns momentos "epifânicos", se é que se pode colocar assim.
Esse episódio de hoje é um deles. Carrie passou todas as temporadas do sitcom às indas e vindas com um homem apelidado Mr. Big. Ela era claramente apaixonada por ele, mas como todo homem, Mr. Big tinha "commitmment issues". É a expressão inglesa para "medo de compromisso" ou "problemas com comprometimento". Algo que todo homem teve, tem ou terá na vida.
Acontece que Big teve um problema coronário e passou por uma angioplastia. Carrie toda vez que o visitava no hospital começava a chorar. Alguns dias depois, ao ligar pro hospital, Carrie se surpreendeu com a notícia que ele havia tido alta, e foi procurá-lo no hotel em que ele usualmente se hospedava. Vestida de Stripper-vendedora-de-balas, ela fica entretendo big com dominós e conversas triviais.
Big acaba se sentidno mal, com uma febre alta, e Carrie fica cuidando dele. Num momento de delírio, ele abre seu coração para Carrie perguntando o por quê de não estarem juntos, já que se gostavam tanto. Ele diz pra ela "a vida é muito curta", e eles adormecem. Na manhã seguinte, Big acorda já com o coração "fechado" de novo e Carrie diz pra si mesma "a vida é muito curta", percebendo que não adiantava nada amá-lo se ele nunca estaria aberto pra ela.
Por mais piegas que seja essa cena, esse episódio, essas falas, essa é uma reflexão muito importante. "Quão perigoso é ter um coração aberto?". Se fosse fácil, não haveria tantos problemas. Se fosse seguro, não seria tão difícil um relacionamento estável, honesto, duradouro.
Sei que algumas vezes me permiti ter o coração aberto. Na última, o coração escancarado se deparou com um enclausurado. Enquanto um mergulhava de cabeça, o outro se mantinha fechado na seguraça da distância emocional. Sabem aqueles adesivos na traseira do ônibus, "Mantenha a distância"?
Qual é a distância segura para um coração? Quando se aproxima demais de um coração fechado, o estrago pode ser grande. Não se mantém a distância segura, e quando o outro coração freia, não há tempo suficiente para reagirmos e nos resguardarmos. Quando percebemos, já estamos presos nas ferragens, o carro já está todo amassado, os vidros quebrados, e um prejuízo bem grande para o conserto.
E nem por isso deixamos de andar de carro. Após um tempo estamos por aí em algumas ruelas. Depois arriscamos pegar a Rebouças, depois a 23 de maio, a Marginal, a Castello Branco, num crescendo inevitável em busca de encontrar um outro coração na mesma pista, na mesma velocidade. E vamos encontrar muitos! Uns mais rápidos, outros mais lentos, e esse descompasso levará às colisões. Serão só um toquinho, um arranhão, coisa leve. Outros encontros serão grandes acidentes com possíveis (prováveis) ferimentos e cicatrizes. Mas nem por isso vamos deixar de andar de carro.
Continuaremos dirigindo até o dia em que encontraremos a distância segura de andar com um outro coração que esteja no mesmo momento, direção e velocidade que nós. Nessa hora, não haverá mais risco tão grande de choque, e sim a chance de uma viagem tranqüila, sempre, claro, com alguns percalços no caminho, pois buracos e quebra-molas todos teremos pela frente.
Mas quando a viagem começa, é só tentarmos manter o coração aberto...
Postado por Julia às 14:20 0 comentários
24 novembro 2007
Aos queridos Ana e Alan
Sucesión Inevitable de Acontecimientos
el corazón
era muy simpático
hablaba mucho,
tanto, pero
no entendía nada,
nadie
habría aprendido al pronto
no fuese
la obstinación
de no descubrirte
ahora encontró
comprende
Postado por Julia às 15:55 0 comentários
23 novembro 2007
Da Marocas
Vagas
À Júlia Lima
Partiu-se, ela disse,
numa lua gorda
no 12º solstício de
qualquer verão.
Maré baixa,
caminhos obtusos,
vagalhões deflagrando
pés, mãos e melenas.
Je vais aussi, ele disse,
esquecendo-se que
partir conjuga vidas
naufragadas em remorso.
Postado por Julia às 23:15 2 comentários
22 novembro 2007
Devaneios em uma prova de Filosofia
Kant disse: "A felicidade compreende tudo (e também nada mais do que) o que a natureza nos pode proporcionar; mas a virtude inclui tudo o que ninguém, a não ser o próprio homem, a si pode dar ou arrebatar".
Postado por Julia às 12:27 0 comentários
21 novembro 2007
Ao Miguel
Javier Díaz Gil - Morir en Iguazú.
VIII. Vuela en Brasil Miguel Hernández
Sólo quien ama vuela.
Sobreviven, Miguel, tus versos refugiados
Entre libros de viajes y novelas
En portugués en este lado del mundo.
La voz del poeta
Que se impone sobre la tierra,
Volando ya sobre este mar poderoso
Y tristes playas vacías.
Yo también soy barro aunque Javier
Me llame.
El viento le mueve los brazos
A las palmeras que te buscan.
Las palmeras que alzan
Sus ojos buscándote,
Claros de deseos,
Ardiente de alas y penas.
Regreso tus versos
Junto a los otros libros.
Tan lejos de tu patria...
Para que todos los ojos te lean.
Donde faltaron plumas
Pusiste valor y olvido.
Tradução e foto: Julia Lima
VIII. Vôa no Brasil Miguel Hernández
Só quem ama vôa.
Sobrevivem, Miguel, seus versos refugiados
Entre livros de viagens e novelas
Em português neste lado do mundo.
A voz do poeta
Que se impõe sobre a terra,
Voando já sobre este mar poderoso
E tristes praias vazias.
Eu também sou barro ainda que Javier
Me chame.
O vento move os braços
das palmeiras que te buscam.
As palmeiras que levantam
Seus olhos te buscando,
Claros de desejos,
Ardente de asas e penas.
Volto seus versos
Junto aos outros livros
Tão distantes da sua pátria...
Para que todos os olhos te leiam.
Onde faltaram plumas
Pôs valor e esqueço.
Postado por Julia às 23:36 1 comentários
Garantia
se antes pudesse ver
a vida que teria pela frente
não o faria
erraria os mesmos desvios
tropeçaria os mesmos tombos
venceria os mesmo desafios para
chegar exatamente naquele mesmo lugar
não acredita em arrependimento
não quer mudar os passos dados
não quer saber dos próximos
só sabe que vai errar
que vai cair
que vai levantar
e seguir em frente
sem ninguém para segurar as mãos
e quando finalmente chegar
onde quer que seja essa chegada
terá a simples certeza de ter percorrido
o que chamam de
caminho
a este caminho vai chamar de vida
(uma vida só sua, como impressão digital)
e vai guardá-lo
com detalhes de fotografia
Postado por Julia às 20:47 1 comentários
20 novembro 2007
IN MEMORIAN
Morreu algo em mim...
À Maroca querida, um obrigada por todos os ouvidos e conselhos... Não sei o que teria feito sem você.
O testamento deixa somente lágrimas sem valor e sentimentos sufocados, além de algumas boas lembranças. Sem herdeiros, a herança jacente acabou por ser deixada a todas as mulheres burras do mundo, pra ver se serve de lição...
No enterro, nada de preto e choro, só vestidos coloridos e chopp! Muita comida, um sambinha e uma despedida.
De epitáfio, frases marcantes: "Se joga, delícia!" e "Ela tentou..."
De últimas considerações no enterro, algumas palavras de Luis Carlos Mussó, do Equador, querido com quem convivi no Tordesilhas e com quem tive conversas muito profundas sobre ônibus, bus e busetas...
In Memorian
Si cayendo las máscaras vacias (cayendo
en cuenta de su leve presencia)
he de resultar imposible
para las muertes compartidas,
para el sonido de la luz contraria;
que entonces las áncoras
se vuelquen: la rutina que toca mis hombros,
los adjetivos que desdeñan mi estatura,
la dignidad del reflejo. El recuerdo.
Postado por Julia às 02:27 1 comentários
19 novembro 2007
O que eu faria com os Advogados se pudesse...
"o Autor concordou com as prestações feitas e apresentadas. Mas, agora, passados quase 6 anos, vem a juízo dizendo que, em razão de suposta falha na atuação de seus funcionários e prepostos, a Ré deve ressarci-lo daquilo que entende que não deveria ter sido aceito por ele próprio!
Em razão de todo o exposto, resta evidenciada a ilegitimidade passiva da Ré, sem resoluçaõ de mérito, nos termos do artigo 267 do Código de Processo Civil.
Caso superadas as preliminares argüidas, o que não acredita a Ré mas admite por amor ao debate, no mérito melhor sorte não assiste ao Autor.
É notório que cabe ao Autor comprovar suas alegações, e que, até o presente momento, de tal ônus não se desemcumbiu."
Postado por Julia às 15:57 0 comentários
Um Poema de Giancarlo Huapaya
Nosso querido Huapaya (ou Papaya como diria AnaR...), mais conhecido como Polisexualzinho, muito gentilmente me deu um exemplar de seu livro, durante o Tordesilhas, que se chama Polisexual e traz poemas sobre o "novo mundo erótico", a indústria pornô e a desconstrução de gênero. Disse ele no lançamento aqui em São Paulo que o livro foi escrito após uma pesquisa de campo profunda! hehehe...
Mono semisexual
Solo
yacente semidiós semisexual
entumecido corporal con vista para sueños con fantasías de todo lo anterior.
Con el céfiro acordonado con tregua recibiendo por los poros, todo lado.
Cavila quiromancia.
Entregándose al flujo eminente enfunda limo.
Variedad de rostros y peregrinos. Y monosílabos recios labios.
Antologías gotas de vahos
protagonistas hervidos cotidianas de paso
autoformulados en autoservicios para mantener el jadeo en el cuerpo.
Justificación de semis o monos relacíon quídam y mitad.
Postado por Julia às 11:29 4 comentários
18 novembro 2007
Um Poema de Rodrigo Flores
Este é um trecho de um poema do Rodrigo, queridíssimo, que conheci aqui no Tordesilhas. O Rodrigo é mexicano, poeta, editor, e esse trecho está no seu segundo livro chamado "Estimado Cliente", que eu estou traduzindo pro português!
[...]
era nuestra pero ahora sé que las distancias no
Postado por Julia às 17:27 0 comentários
17 novembro 2007
JCMN - O Maior Poeta Brasileiro
João Cabral de Melo Neto
I. Paisagem do Capibaribe
A cidade é passada pelo rio
como uma rua
é passada por um cachorro;
uma frutapor uma espada.
O rio ora lembrava
a língua mansa de um cão,
ora o ventre triste de um cão,
ora o outro rio
de aquoso pano sujo
dos olhos de um cão.
Aquele rio
era como um cão sem plumas.
Nada sabia da chuva azul,
da fonte cor-de-rosa,
da água do copo de água,
da água de cântaro,
dos peixes de água,
da brisa na água.
Postado por Julia às 13:14 1 comentários
13 novembro 2007
Je voudrais que quelqu'un m'attende
C'est marrant, je me rends compte que je cogite plus quand je suis dans le train ou le RER... Comme quoi l'armée a quand même du bon...
Quand j'arrive à la gare de l'Est, j'espère toujours secrètement qu'il y aura quelqu'un pour m'attendre. C'est con. J'ai beau savoir que ma mère est encore au boulot à cette heure-là et que Marc est pas du genre à traverser la banlieu pour porter mon sac, j'ai toujours cet espoir débile.
Lá encore, ça n'a pas loupé, avant de descendre les escalators pour prendre le métro, j'ai jeté un dernier regard circulaire au cas où y'aurait quelqu'un... Et à chaque fois dans les escalators, mon sac me paraît encore plus lourd.
Je voudrais que quelqu'un m'attende quelque part... C'est quand même pas compliqué.
Postado por Julia às 23:47 3 comentários
Written in the stars...
Post excluído para publicação na sérieAlfa de Joan Navarro - http://perso.wanadoo.es/joan-navarro/home.htm
Postado por Julia às 00:34 3 comentários
12 novembro 2007
Vou Assistir um Filme
Eros e Psique - Julia Lima
Quis ir-se antes porque era mais fácil
Em meio às lágrimas tolas
evitava olhar fundo nos olhos
Temia ver toda a verdade que eles tão
ansiosamente
desejavam revelar
Ele sabia que diriam palavras fantásticas
Mesmo assim não as queria ver
só queria ir-se antes porque era mais fácil
Disse adeus e que não iria olhar pra trás
Não olhou pra trás para não ver as lágrimas tolas
Não era mais fácil
Postado por Julia às 01:34 3 comentários
11 novembro 2007
Hoje não estou pra conversa...
MOJO PIN
Jeff Buckley
Well, I'm lying in my bed
The blanket is warm
This body will never be safe from harm
Still feel your hair, black ribbons of coal
Touch my skin to keep me whole
If only you'd come back to me
If you laid at my side
Wouldn't need no Mojo Pin to keep me satisfied
Don't wanna weep for you, I don't want to know
I'm blind and tortured, the white horses flow
The memories fire, the rhythms fall slow
Black beauty I love you so
Precious, precious silver and gold and pearls in oyster's flesh
Drop down we two to serve and pray to love
Born again from the rhythm screaming down from heaven
Ageless, ageless and I'm there in your arms
The welts of your scorn, my love, give me more
Send whips of opinion down my back, give me more
Well it's you I've waited my life to see
It's you I've searched so hard for
Postado por Julia às 14:09 2 comentários
09 novembro 2007
Um Alheio
a água
se chocando com o prédio
escorria
loucamente
pelo envridraçado azul
e entrava suja
pelos vãos
não suportava tamanha invasão
e ainda assim
não havia nada que pudesse fazer
que não fosse esperar
secar
Postado por Julia às 17:05 1 comentários
07 novembro 2007
06 novembro 2007
A Casa Grande
A Casa Grande
uma casa grande
natais
almoços de domingo
e outras cenas de margarina
uma casa grande
que se desfaz
com as primeiras luzes.
ela se levanta sob o peso
das escolhas
que levaram àquela outra casa,
tão pequena,
tão vazia,
sem o cachorro de praxe
e as crianças correndo
pensa que não é sua culpa
que, alguns anos antes,
sem saber, ao virar à esquerda
virava mesmo as costas
à casa grande.
Postado por Julia às 23:57 0 comentários
Tordesilhas - a Odisséia
Post tirado do Tantaprosa por preguiça...
Tordesilhas
Esse festival aconteceu aqui em São Paulo nesses dias passados, de 30/10 a 04/11. Foi um baita festival, com nomes ótimos da poesia contemporânea de línguas ibero-americanas.
As festividades começaram bem antes, na sexta feira anterior à abertura, quando Ana Rusche, eu, Carol Marossi, Ana Paula e Caqui-recém-chegado de Israel fomos à salsa no Conexión. Bailamos até quase morrer e fomos depois buscar Alan Mills, o príncipe da Guatemala, no aeroporto. Grande figura, já é um grande amigo também.
Depois, sábado, ficamos fazendo social com o guatemalteco e com o Victor Sosa, poeta URU-MEX fantástico, brasileiríssimo de coração. E no domingo levamos esses dois mais uns portugueses e uma argentina a dançar samba no Ódoborogodó. Amaram, claro.
Segunda feira teve maratona. Fomos ao espaço B_arco, depois no Consulado Mineiro e depois ainda na Mercearia. Na terça teve a Abertura do evento e depois baladinha no Café São Paulo em Santa Cecíla. Na quarta feira a baladinha foi no hotel, no quarto do Delmo Montenegro, querido. Já na quinta voltamos à Merceria e na sexta foi o Lançamento da Antologia Vamacarela, com 17 poetas contemporâneos, entre eles Ana Rusche, Fábio Aristimunho, Ivan Antunes, Carol Marossi e eu!
No sábado houve a festa de encerramento, que també foi no café São Paulo. Gringos incansáveis quiseram ir ao Ódoborogodó de novo às 2 da manhã e depois ainda pro Milo, onte toca indie rock, até quase 7 da matina. E domingo bateu a depressão-pós-festival na Rota do Acarajé, seguida pela casa do Caqui até uma e tanto da matina.
Cansada, eu? Imagina...
Postado por Julia às 22:52 0 comentários
05 novembro 2007
Tordesilhas
Acabou-se o Tordesilhas.
Amanhã volto a postar, aguardem os relatos do Festival mais animado da América Latina/Portugal/Espanha!
Postado por Julia às 02:03 0 comentários
29 setembro 2007
Mais um outro poema
Escrevi presenciando uma discussão na Av. São João às 22h00. Surreal
Revelação
Quem já viu
dois mudos
brigando
sabe o que são mãos gritando.
Postado por Julia às 18:45 4 comentários
26 setembro 2007
Mais um poema
Zeus
Não é porque a lua se perdeu em ti
Que agora és seu dono.
Deixa que me ilumine um pouco
Guie, sorria, cresça e
mingüe.
Não é porque o Sol explodiu em ti
Que agora és seu senhor.
Deixa que me queime um pouco
Brilhe, nasça, culmine e
ponha.
Não é porque o mar fluiu de ti
Que agora és seu mestre.
Deixa que me molhe um pouco
Corra, suba, encha e
baixe.
Careço de ciclos,
os ciclos
os ciclos...
Postado por Julia às 00:51 0 comentários
21 setembro 2007
Desafio
A Aninha-Quati-linda lançou lá no blog dela, o Peixe de Aquário, o desafio de escrever um poema sobre a formação do mundo em 2 linhas.
Aqui vai minha tentativa:
Zeus
És senhor do mundo
Deixa que brilhe, nasça, culmine e ponha
Alguém se topa desafiar? Coloquem suas tentativas nos comentários!
Mais um:
disse o homem
Ele me deu o mundo
mas esqueceu o manual de instruções...
Postado por Julia às 00:17 0 comentários
19 setembro 2007
Poesia
Desapego
Deixar pra trás as flores ofertadas,
as óperas bradadas,
as fotografias amareladas,
as comidas digeridas.
Abandonar os hábitos arraigados,
os filmes chorados,
os telefonemas recebidos,
os presentes dados.
Mas nunca se esquecer
da paixão revelada
do amor feito
e da dor partida.
Postado por Julia às 00:50 4 comentários
12 setembro 2007
Cartografia Literária - A VACA
Postado por Julia às 19:28 2 comentários
10 setembro 2007
Porque hoje é sábado (era quando escrevi)
Hoje é sábado, amanhã é domingo, e eu estou aqui escrevendo, plagiando o Vinícius (de Moraes, não o Davidovitch, que é sempre bom esclarecer caso haja egos inflados por aí...).
E ninguém mais apropriado que o mulherengo mais famoso do Brasil para ser o muso-inspirador dessa coluna semanal. Adoro o Vinícius, porque além de mulherengo, era o maior beberrão (diga-se de passagem, característica que muito se assemelha a esta colaboradora que vos escreve).
Mas voltando ao tópico (se é que ele existe) vou falar de “relações pessoais”. É claro que esse assutno pode ser muito estimulante, como pode ser escasso. Sobre relacionamentos, não que eu seja uma conselheira amorosa certificada pela Associação dos Desiludidos, mas acho que posso às vezes apontar uma luz no fim do túnel para alguns desesperados. Ou não, e apenas dar o empurrãozinho pra pular da ponte, nunca se sabe o que os discursos honestos femininos podem fazer com alguém mais sensível.
Principalmente quando se fala de homem. “Os bares estão repletos de homens vazios”. E o poetinha estava certíssimo. Me pergunto como vocês, cuecas, são capazes de, às vezes, ser tão vazios. Não, queridos homens, não pulem da ponte. Pelo menos não ainda!!! Não é um ataque amargurado a ninguém, nem discurso de ressentimento. E não é uma generalização. É uma constatação do óbvio, como diria Ana Rüsche (plagiando o Paulo Ferraz).
Um exemplo clássico de homem esvaziado é o tipo mulherengo que eu apelido de “metralhadora sem bala”. É capaz de atirar pra todo lado, mas acaba não acertando ninguém. Eventualmente até pode acertar um alvo... Mas o mais comum é que ele seja acertado pela moça mais moderninha que se arriscar.O fracasso desse 'tipo' se dá, principalmente, quando as investidas são entre moçoilas de um mesmo círculo. É bem vazio mesmo achar que a moça-alvo não percebe a falta de exclusividade das cantadas, e pior, achar que se ela percebe, o atirador ainda tem chances tem sucesso com algumas das convives.
O pior meeeesmo é quando o metralhador não desiste, e começa o assédio... Assediar a moça-alvo numa tentativa desesperada é bem comum. E patético. Como achar que se conquista uma senhora (das respeitáveis) passando a mão na bunda? Tudo hipoteticamente falando, é claro.
Tem também o desdém... Desdenhar o alvo quando ela fala, muito lucidamente, da falta de critério do atirador, afirmando que mulher nenhuma (das respeitáveis) quer homem que atira pra todo lado... Aí desdenha, achando que se fizer pouco caso a moça cede. Cede nada!!! Quem desdenha quer comprar já diria Esopo.
E tem até a negação... “Não, não, nunca dei em cima!”. Deixe, deixe, a gente sabe que deu. E sabe que quer!Tem quem diga que a necessidade de disseminar (literalmente falando) a espécie que move o metralhador-vazio pra todos os lados. Eu particularmente acho desculpa esfarrapada pra aumentar as possibilidades de se dar bem com um mínimo esforço. Não se empenha com ninguém, mas tenta com todo mundo.
O que esse tipo não percebe é que, no fim, as possibilidades de acertar um alvo sendo um franco-atirador são muito maiores. Ainda que o franco-atirador tenha muito mais trabalho (e paciência) na conquista da moça, sua taxa de sucesso deve ser muito superior à de uma metralhadora sem balas...
Mas isso é só empirismo. Um dia ainda vou provar cientificamente as vantagens de ser franco-atirador...
Postado por Julia às 15:45 0 comentários
06 setembro 2007
Um Poema...
Antelación del amor
Ni la intimidad de tu frente clara como una fiesta
ni la privanza de tu cuerpo, aún misterioso y tácito y de niña,
ni la sucesión de tu vida situándose en palabras o acallamiento
serán favor tan persuasivo de ideas
como el mirar tu sueño implicado
en la vigilia de mis ávidos brazos.
Virgen milagrosamente otra vez por la virtud absolutoria del sueño,
quieta y resplandeciente como una dicha en la selección del recuerdo,
me darás esa orilla de tu vida que tú misma no tienes,
Arrojado a la quietud
divisaré esa playa última de tu ser
y te veré por vez primera quizás como Dios ha de verte,
desbaratada la ficción del Tiempo
sin el amor, sin mí.
Jorge Luis Borges
Postado por Julia às 01:01 0 comentários
03 setembro 2007
Mad cow...
Postado por Julia às 22:59 4 comentários
27 agosto 2007
Delicadezas
Postado por Julia às 00:03 1 comentários
26 agosto 2007
Pedido
Como vocês sabem, eu e a Marocas postamos às terças-feiras no blog Tantaprosa. O post da semana passada foi sobre a dificuldade que as mulheres têm de pedir, com todas as letras, o que querem aos homens.
Bom, nessa linha, ontem Victor comentou que o Xico Sá, no seu blog, também falou sobre esse assunto. E hoje ele me mandou o texto, muito bom, que reproduzo aqui, com os devidos direitos autorais...
A ARTE DE PEDIR
Uma das maiores virtudes de uma fêmea é arte de pedir.
Como elas pedem gostoso, como elas são boas nisso. Resistir, quem há de?
Um simples “posso pegar essa cadeira, moço?” vira um épico. É o jeito de pedir, o ritmo da interrogação, a certeza de um “sim” estampado na covinha do sorriso.
Pede que eu dou. Pede todas as jóias da Tiffany´s, minha bonequinha de luxo. Estou pedindo: pede!
Eu imploro, eu lhe peço todos os seus pedidos mais difíceis. Não me pede nada simples, faz favor, please. Já que vai pedir, que peça alto. Você merece, uma mulher como essa não tem preço.
Um concerto de Iggy Pop, bem longe? Te levo.
Amor sincero? Fácil, fácil.
Fidelidade? Acabo de criar o seu exclusivo cartão de milhagem.
Como é lindo uma mulher pedindo o impossível, o que não está ao alcance, o que não está dentro das nossas posses. Podemos não ter onde cair morto, mas damos um jeito, um truque, 12 vezes sem juros, no pré-datado, no cheque sem fundos.
Até aqueles pedidos silenciosos, quando amarra a fitinha do Senhor do Bonfim no braço..., são lindamente barulhentos.
Homem que é homem vira o gênio da lâmpada diante de uma mulher que pede o impossível.
Ah, quero o batom vermelho dos teus pedidos mais obscenos. “Amor, posso te pedir uma coisa? Posso mesmo?”
Flores de helicóptero? Como na filosofia do pára-choque, o que você pede chorando que não faço sorrindo?!
Pede, benzinho, pede tudo.
Que eu largue a boemia, pare de beber e me regenere???
Pede, minha nega, que o amor tudo pode.
Mesmo as que têm mais poder de posse que todos nós não escapa de um belo pedido.
Com estas, as mais poderosas, tem ainda mais graça. Elas pedem só por esporte ou fetiche, o que não lhes comprometem a pose e muito menos a independência futebol clube.Não é questão de poder ou dinheiro. O que importa é o pedido em si, o romantismo que há guardado no ato.
Eu lhe peço: me pede.
Não pede mimos baratos, pede atenção, por exemplo, essa mercadoria tão cara ao mundo das moças. Pede, amorzinho, pede gostoso, sou o senhor das tuas demandas.
Xico Sá
Postado por Julia às 18:02 2 comentários
21 agosto 2007
Tem dias...
Nesses momentos de transição eu me sinto como numa estação. Desembarcando de algum lugar pra ir pra outro melhor. Acordando de um sonho e encarando a realidade. Nesses momentos de transição é tudo passageiro, porque uma hora a gente tem que embarcar, a gente chega a algum lugar e fica, vive, experiencia e quando quiser, parte. São os famosos "ciclos". Só não gosto dessa palavra porque ciclo me lembra círculo, e andar em círculo significa voltar sempre pro mesmo lugar.
Postado por Julia às 00:28 4 comentários
17 agosto 2007
Há dez dias que eu não posto nada. Assim como o blog, tenho estado vazia nesses últimos tempos... Não de conteúdo, mas de coisas que valham a pena ser externadas... Andei um caminho muito árduo nos últimos dias, de auto-conhecimento, encontrando verdades duras e angústias grandes. Analisando meu caminho, olhando pro futuro, pesando minhas escolhas até aqui, especulando sobre as que virão.
Acho que cheguei no fundo do poço. E daqui há sempre uma boa perspectiva: não dá pra ir mais fundo, de agora em diante é só subir. Ou não, pode-se também ficar estacato onde se está, chafurdando numa água turva e confusa. Mas prefiro a visão mais otimista que prevê a ascenção... Sei que desse limbo eu saio, pra tomar decisões, fazer escolhas, determinar o passo.
Afora assuntos deprimentes de ordem interna, há sempre felicidade no mundo. Fim de semana passado a Cau e o Marcão casaram! Foi tudo muito lindo, muito bom. A capela, a cerimônia emocionante, a festança farta de comida, bebida e risadas!
Começou com a viagem de carro pra Ribeirão Preto (naturalidade da noiva), que foi bem cômica, considerando as personagens: Gege (dirigindo), Manu, Carol Marossi (escondida à direita), Dan e eu.
Chegando na cidade, o parto que foi achar o hotel fica à parte. Nos arrumamos para o casório, fomos para a capela numa van. O Gus, o Vina, a Luisa e o Caio estavam no mesmo hotel que a gente, eu dei uma de agente de viagens e organizei nossa estadia.
(vina na van tirando fotos e manu com ares de estrela de cinema!)
Houve uma cerimônia linda (chorei muito, e a Carol também...), o Marco e a Cau estavam radiantes, os pais deles também. Foi tudo muito bonito mesmo. Mas pulemos pra parte da festa que foi a mais divertida. Primeiro que tinha muita comida. MUITA. E também muita bebida (tomei taaaanto espumante!)
(queridas Ju, Manu e Carol - amo!)
A festa foi ótima, a gente ganou aqueles brindezinhos, mas não aqueles iguais a todos os casamentos, tinha colar de havaiana, chapéu de palha de sambista para os homens e umas flores de cabelo lindas pras moças...
Abaixo, foto minha com o noivo....
Na manhã seguinte acordamos pra pegar o café da manhã do hotel. Depois da festança, pra curar ressaca, fomos ao pinguim beber chopp!!! Almoçamos lá, passamos num restaurante onde estavam almoçando as famílias dos recém-casados e voltamos pra São Paulo. Foi um fim de semana divertidíssimo, ficou pra história!
Ps: detalhe pra Manus enlouquecidas na volta da viagem depois de comer fandangos e ficar atacada como um gremilin por causa dos corantes artificiais!!!
Postado por Julia às 00:18 0 comentários