21 agosto 2007

Tem dias...















Chega uma hora que a gente precisa encarar a verdade. Nem sempre é na hora certa da vida. Quando é muito cedo, não temos maturidade pra lidar com a dura realidade, com toda a responsabilidade que se encontrar com o verdadeiro acarreta. Já quando é muito tarde, não temos mais a vontade e talvez a força de provocar mudanças na nossa vida pra nos adaptarmos ao real.
Creio que pra mim chegou num momento certo. Descobrir a minha verdade e me apropriar da minha vontade foi um passo muito grande. 20 anos me parece uma boa idade. Acho que não é cedo, afinal já passei por algumas encruzilhadas essenciais na vida de um "jovem". Por outro lado, não é tarde demais para se mudar de rumo e criar um novo caminho.
É um processo lento e dolorido esse de se conscientizar de si próprio, de se despir das expectativas alheias e aliviar as (o)pressões sutis do dia-a-dia. É algo que se constrói com lágrima, com briga, com quebra e com perda. Mas que também leva a crescimento, a conhecimento, a paz.














Nesses momentos de transição eu me sinto como numa estação. Desembarcando de algum lugar pra ir pra outro melhor. Acordando de um sonho e encarando a realidade. Nesses momentos de transição é tudo passageiro, porque uma hora a gente tem que embarcar, a gente chega a algum lugar e fica, vive, experiencia e quando quiser, parte. São os famosos "ciclos". Só não gosto dessa palavra porque ciclo me lembra círculo, e andar em círculo significa voltar sempre pro mesmo lugar.

Não, não quero andar em círculos, não quero voltar ao mesmo lugar. A gente tem é que andar em espiral. E tem hora que a gente passa por momentos de indefinição de trajeto, direção, sentido, objetivo. Como se estivéssemos perdidos no metrô de Londres procurando qual linha pegar pra ir pra qual intersecção, pra depois seguir pro nosso destinho. E é isso que eu chamo de transição, estar na plataforma pra pegar o nosso novo rumo.

Eu estou na plataforma. Tenho que comprar a passagem e escolher meu trajeto. Em qual trem subir?

Se esse rumo assim foi feito, sem aprumo e sem destino
Saio fora desse leito, desafio e desafino
Mudo a sorte do meu canto, mudo o norte dessa estrada
Em meu povo não há santo, não há força, não há forte
Não há morte, não há nada que me faça sofrer tanto
Vai, violeiro, me leva pra outro lugar
Eu também quero um dia poder levar
Toda gente que virá
Caminhando, procurando
Na certeza de encontrar





4 comentários:

Anônimo disse...

Essa é a minha Mafaldinha!

Beijos e sorte!

Sparkling Diamond disse...

Ai que bonitinho a mafalda...
O texto inteiro refletiu muito sobre o Encontro pra mim...Foi bem o que eu peguei. Estou num momento assim também..
Que legal te encontrar por aqui!
Beijinhos chará!

Anônimo disse...

Sei lá... a vida tem sempre razão letra

Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída.
Como é, por exemplo, que dá pra entender:
A gente mal nasce, começa a morrer.

Depois da chegada vem sempre a partida,
Porque não há nada sem separação.
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão.
Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão.

A gente nem sabe que males se apronta.
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe,
E o sol que desponta tem que anoitecer.

De nada adianta ficar-se de fora.
A hora do sim é o descuido do não.
Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão.
Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão.

Anônimo disse...

Faltou o crédito:
Toquinho & Vinícius