05 novembro 2008

Elsa

They called her Elsa, even though it wasn't her real name. At school, on the first day, our previous teacher tried to teach us how to correctly say, in the german accent, Helga. But all the children in the class could only produce vaguely similar sounds, and she settled for Elsa. Helga wasn't too thrilled to have moved here from Europe, and also to have her name changed by a bunch of 7 year-old-children. We'll keep calling her Elsa, afterall, hard habits... die old.

The principle had decided that learning Spanish was too average-like for our forward and progressive school program, so she introduced German and French as foreign optional languages. Untill this day, i have no idea whay 7 year-old-children would be interested in learning, in the most stupid way ever, Bonjour or Guttentag, needless to say these were subjects in which everyone got B's or A's and for them were able to convince daddy (ten years latter, of course) that it was a brilliant idea to spend a summer in France, to perfeccionate the language they had so passionately studied as a child!

At the time we left middle-school, we had learned nothing but greetings, days of the week, numbers, seasons, directions and classic oral constructions that could serve us to not starve, to find some place; and most importantly a) where's the toilet and b) dou you accept credit card? Despite the poor didatics and the low level of progress in the foreing languages department, fun was guaranteed in Elsa's classes.

She was a large fortyish german with pink skin and light yellow hair that looked as if it had never been touched by a brush. She also sweated a lot and had some sorte of compulsive disorder about organization.

Every Wednesday, at 9 sharp, she would enter the room and wait untill we rearrenged the desks (yes, she drew a little map and made copies for the whole class to know her sitting arrangements). Then, at 9h05 she would play the Guttentag, Guttenmorgen, Guttenwhatever song. During the first time she played it, we were just supposed to listen. The second round, we had to sing aloud during the chorous, when she smartly dimmed down the radio. By the fifth round, already halfway through class' time, we were singing without the old tape recorder, with different voices and tones, as a real choir would. She even taught us moves to match some parts of the song, which were actually helpful, since we only understood the Guttenmorgen, Guttenmorgen, Guttentag! part of the song. The rest was almost like learning German in Libras.

The last half of our productive class was all about writting. We made up words for about twenty minutes and spent lhe las fun moments watching Elsas's mania in organizing her collection of porcelan cats, dogs, turtles, owls, frogs, and all sorts of species. Each class she organized the antiques by a different criteria. One week would be Darwin, another week, Lamarck; and yet another week, by their colour pallets. Very amusing.

Anyway, Elsa really liked summertime, when she'd put on a two-piece bikini and show off her very white and voluptous figure. I remember on fild trip to the Water Park outside the city, the wholw school was there. Elsa was wearing a new pair, red thongs... A bit scary for the children, funny for the staff and embarassing for the other teachers. We could see the blond and curly hair around her bottom part and under her arm pitts. She wasn't too careful when it came to looks.

Night came and we had to go back home. But Elsa wasn't feeling too well, she had a fever, was sweating, shanking, really sick. The headmaster decided to make a pit stop at the ER before going back to school, where our parents waited for us. We're all curious to know what had taken our German Teacher down.

She left, went in the hospital, was there for 20 minutes and came back, very timidly, saying it was all okay. We were delivered ack to our families and a few months passed before we discovered what had made Elsa sick. Another teacher, at a Xmas' party, drank too much eggnog and spilled out the beans: she had forgotten a tampon, an internal woman's menstrual pad, inside, for two months. It had gotten so bad, she developed an infection, and had to take antibiotics for a long time.

Elsa never new all the students had found out about her little oblivion, but nobody never, ever, dared to get closer to her...

07 outubro 2008

08 setembro 2008

Déjà Vu

"Julia is a teenage dreamer girl that discovers the magic of poetry. As literature grows inside her, the world around her tries to put her feet on the ground. Her only friends are a strange guy called Francis and her journal. Together, they start living in fantasy world, perfect, painless..."

Isso é a sinopse de um curta brasileiro chamado "O Diário de Julia", do Rafael Fracacio

Except from Francis, this is basically the story of my life... How weird is that?

Family Autopsy - Parte 1

Helena era uma criança mirrada, aquelas pra quem as mães preparariam língua ou bifes de fígado. Se fosse hoje, dariam achocolatados feitos especialmente para que seu filho tenha fome de.... urso. Mas, nos anos 50, o que se usava mesmo era uma bela mamadeira cheia de leite, ovos crus e açúcar, do jeitinho que qualquer criança a-do-ra. E a gente fala das cicatrizes que nossos pais nos causam, achando os nossos avós adoráveis. Não foi a primeira nem a última filha; não era a mais bonita, mas também não era feia; nem a mais inteligente era. Helena chegou ao mundo já atrás no placar que a gente mantém com a vida, como se fadada a uma mediocridade de horóscopo. Estava sempre em terceiro lugar, medalha de bronze.


Como toda criança comum, Helena não se lembra de seus primeiros aniversários. Mas não vai se esquecer nunca do 7º, já que seu irmão mais novo nasceu 20 dias antes dele. A comoção familiar denunciava todo o descaso com uma terceira filha, que só por ser filha, já vinha em desvantagem. Como aqueles produtos que compramos em outlets: com a costura defeituosa ou uma pequena manchinha que derrubam o preço pela metade e que, por isso, sempre ficam num lugar de menor destaque no guarda-roupas. Helena era uma calça de barra malfeita.


Rafael, por outro lado, chegou já com o reinado pronto para a coroação. Tanto fez no parto que deixou a mãe de cama por um mês. Com 2 anos, algum charlatão decidiu que deveriam retirar suas amídalas. A cirurgia foi tão bem feita que o excesso de anestesia o deixou molhando a cama até os 10 anos de idade. Nada mais simbólico. Toda noite a mesma novela se repetia, por anos: ele se levantava e ia até a “babá”/ “empregada”, que pacientemente trocava-lhe o pijama, os lençóis e o acolhia na cama. Às vezes dizia para a mãe, que acordava impaciente: “mas mãe, foi só uma rodinha!”, olhando discaradamente para uma poça amarela que secava no calor de setembro.


Era também folgado, preguiçoso e malandro. Daquelas crianças que aprontam e têm a cara de anjo caído. Negava tudo até a morte, mas todo mundo bem sabia o que Rafael fazia.


Pois no aniversário da irmã, com 20 dias, ele já mostrou para quê tinha nascido. A mãe, ainda de resguardo, se lamuriava na cama, enfornada num quarto escuro e abafado. As aleluias rondavam e deixavam suas asas num cemitério nojento que se formava no chão. O “parabéns pra você” tinha trilha sonora das cordas vocais de Rafael, que incessantemente berrava. E o pai só reclamava que tinha que voltar pra loja. Uma cena quase fúnebre. Helena comemorou seus sete anos aos pés da cama da mãe que dizia estar à beira da morte, ao lado do irmão histérico e do pai ríspido que só queria mesmo acabar logo com aquilo.


07 setembro 2008

Quando o seu ideal de parceiro masculino parece cada vez mais com um super-herói e menos com um humano, talvez seja a hora de rever os seus conceitos, avaliando o que você realmente precisa num homem, ao invés do que você deseja.

Meu horóscopo tá brincando comigo, né?
Nêgo vem falar de reavaliar o que eu procuro num homem? Filho, se balança mas fica em pé, a gente aceita...

05 setembro 2008

Info

post removido por motivos de força menor.

Faubourg Saint-Denis

et tu étais admise bien sur
tu as quitté boston pour aménager à Paris
un petit apartement dans la rue de Faubourg Saint-Denis
je t'ai montré notre quartier
mes bars, mon école
je t'ai présenté à mes amis, à mes parents
j'ai écouté les textes que tu répétais
tes chantes, tes espoirs, tes désirs, ta musique
tu écoutais la mienne
mon italian, mon allemand,
mes brics de russe
je t'ai donné un walkmand
tu m'as offert un oreiller
et un jour, tu m'as embrassé
le temps passait, le temps filait
et tous parait si facile
si simple, libre, si nouveau et si unique
on allait au cinéma
on allait danser
faire des courses
on riait, tu pleurais,
on nageait, on fumait, on se rasait
de temps en autre tu criais
sans aucune raison, ou avec raison parfois
oui, avec raison parfois
je t'accompagnais au conservatoire
je révisais mes éxamens
j'écoutais tes exercices de chant
tes espoirs, tes désirs, ta musique
tu écoutais la mienne
nous étions proches, si proches
toujours plus proche
nous allions au cinéma,
nous allions nager, rions ensemble
tu criais
avec une raison parfois
et parfois sans
le temps passait
le temps filait
je t'accompagnais au conservatoire
je révisais mes examens
tu m'écutais parler italien, allemand, russe, français
je révisais mes examens
tu criais
parfois avec raison
le temps passait, sans raison
tu criais, sans raison
je révisais mes examens
mes examens, mes examens, mes examens
le temps passait
tu criais, tu criais, tu criais
j'allais au cinéma
(il pleure et dit "pardone-moi, Francine")
...

Thomas, are you listening to me?
No, I see you.

04 setembro 2008

um beijo roubado...

Acabei de assistir "My Blueberry Nights" do Wong Kar Wai, achei maravilhoso. Um filme muito sensível, apesar de uns poucos clichês. Um filme belo e simples, apesar dos stars hollywoodianos. Uma trilha sonora fantástica. Um filme para esboçar sorrisos e deixar os olhos lacrimosos.

Wong Kar Wai é o mesmo diretor do último segmento do "Eros", último filme do Michelangelo Antonioni (filme que também tem um segmento dirigido pelo Soderbergh, que eu não sei o porque foi escolhido, mas...). A primera parte do filme se chama "Il filo pericoloso delle cose" ou, no meu italiano macarrônico, o fio perigoso das coisas.

A parte do Soderbergh, bem sem graça e desnecessária, chama-se Equilibrium, e apesar de um elenco notável (Alan Arkin como um psicólogo bizarro e Roberto Downey Jr. como o paciente inquieto), causa bem uma vontade de ir embora do cinema. Acho que porque deve ter se esquecido de fazer o roteiro deste terço do filme e o Steven resolveru improvisar, hehe.

O trecho final é intitulado "The Hand", e conta a história de um alfaiate pobre e humilde que se apaixona por uma concubina. Ele faz vestidos, um mais bonito que o outro, para ela, de graça. Ele assume a tecelagem, vai enriquecendo, enquanto ela se torna cada vez mais pobre, até ficar doente. É também um filme sensível e belo, e eu vi muitas semelhanças com "Um Beijo Roubado".

A tradução do título para o português, como sempre, deixa a desejar. Mas eu adorei assistir esse filme. Não queria que acabasse! Para não escrever nenhum spoiler, falo só da minha cena preferida.

Lizzie, depois de sair de NY e ir até Memphis, Tennessee (god knows why), trabalha num Diner durante o dia e num bar à noite. Ela foge de NY porque foi deixada pelo namorado, que a trocou por outra. Ela sai em busca de algo que nem ela mesma sabe. Servindo no bar, conhece Arnie, um poilicial alcoólatra que bebe todas as noites pelo desgosto de ter sido deixado pela esposa. Lizzie simpatiza (e empatiza, claramente) com ele imediatamente. Uma bela noite, A tal ex-mulher, lindamente encenada pela Rachel Weisz, entra no bar para ir ao banheiro, e Arnie fica desconcertado no seu banquinho, olhando pela janela para o novo jovem namorado dela.

Numa outra noite, Arnie já mais do que bêbado, dá uma surra no tal namoradinho da Sue Lynne (sim, esse é o horroroso nome dela). Ela volta ao bar, enfurecida, gritando e xingando o ex-marido. Caçoa dele e se vira para ir embora, quando ele saca sua arma. Arnie diz que se ela se for, ele vai matá-la, no que ela responde "what are you gonna do? It's over!" e vai embora, denxando-o prostrado com a arma em punho.

Já numa terceira noite, Arnie sai do bar, dizendo para Lizzie que não precisava mais das suas fichas do A.A., que ele havia esquecido. Sai do bar e enfia seu carro num poste. "Disseram que foi um acidente. Que ele não conseguia ver a rua direito e acabou se descontrolando e batendo no poste." But we all know better.

Na noite seguinte, Sue Lynne entra no bar meio fora de si, todos olham para ela como se fosse culpa dela, inclusive Lizzie. Ela se senta no mesmo banquinho do ex-marido e pede uma vodka. Se vira para Lizzie que a está servindo, e diz: "This is my first drink in six years". E aí vemos que ela não abandonou o Arnie à toa não. Ninguém nesse mundo é tão inocente assim. Ela fica bêbada e na hora de ir embora, o dono do bar dá a conta do Arnie para Sue Lynne pagar. São meses de pedidos fiados, quase 800 dólares. Ela fica puta da vida, xinga, esperneia, chora. Lizzie sai atrás dela na rua, para encontrá-la sentada em frente ao local do acidente.

Chorando, ela diz que havia conhecido Arnie bem ali, quando ele havia perguntado para ela se estava dirigindo embriagada. "Quem diria que eu iria me apaixonar por um policial?". Mas que ele era tão louco por ela que ela estava se sufocando, e que toda noite eles bebiam para reencontrar o amor perdido. Mas que na manhã seguinte, alguma coisa continuava errada. Sempre. Até que ela o deixou. E ela desejava que ele morresse todos os dias, para que pudesse ser deixada em paz. E que, agora que ele tinha ido mesmo, ela sentia a maior dor do mundo.

Lizzie não diz nada, apenas ouve as confissões daquela "ex-viúva", tão perdida, tão machucada. E abraça Sue Lynne de um jeito muito carinhoso e reconfortante. Fiquei pensando o sentido dessa cena. Sue Lynne era exatamente igual ao ex-namorado de Lizzie. Ela abandonou o marido e arranjou outro, mesmo o Arnie sendo louco por ela. Elizabeth também não conseguia se imaginar vivendo sem o namorado (ela diz exatamente isso no começo do filme), e ele, ainda assim, a pretere por outra mulher.

Na verdade, ela está abraçando alguém exatamente igual a quem a fez sofrer, numa ironia tão crua, e ao mesmo tempo tão verdadeira. Num momento em que ela poderia abstratamente se vingar dos "traidores" do mundo, ela entende, silenciosamente, que as pessoas também têm suas razões para fazer as coisas. Bons ou ruins, cada um tem seus motivos. E no fim, não há certo ou errado, o lado do mocinho e da bandida. Todo mundo tá aí na vida "screwing up other people".

Essa seqüência no filme é tão bonita, tão profunda. Fiquei muito mexida com tudo. Fique pensando se teria a bondade de consolar alguém como Sue Lynne. Se conseguiria ser "magnânima" (por falta de outra palavra) daquele jeito. Se veria as coisas claramente como vejo agora. Fuck. Todo mundo erra, e a gente fica passing judgement sobre cada tropecinho alheio. E eu odeio que fiquem me julgando. Tenho sempre uma justificativa, um desculpa para cada escorrego. Don't others have them too?

Esse filme não tem nada a ver com encontrar o amor verdadeiro, ou encontrar amor em geral. Não tem nada a ver com a história de um casal, não tem nada a vez com casais. It's just fucking human life, wether you like it or not. 'Cause you don't really have a choice but to change!

01 setembro 2008

A Veja SP

A capa da Vejinha dessa semana está mais que ridícula. Putz, tá faltando pauta pra esses jornalistas da Abril, né?

O Desafio dos 30 Reais é a "headline", e o subtítulo traz algo como "personalidades paulistanas garimpam produtos e serviços bacanas com pouco dinheiro no bolso". Poxa, como se 30 mangos fosse pouco! Tem gente que passa uma semana inteira comendo com essa grana, ou menos! E eles vêm com gracinha de desafio para famosos que fazem vestidos de R$4.000,00 e refeições a partir de R$300,00...

Poxa, por que não colocam alguém quem nem 30 paus tem pra ver o que ele compra? A Galisteu tem uma coleção de 1200 biquinis e gastou o "dinheirinho" dela em... mais um par. O pior é que ela gastou a maior parte do dinheiro na tanga do biquini, e na parte de cima, ela amarrou 2 bandanas. Poxa, apelou né, desde quando isso é bacana? Isso é mais adaptação de pobre na praia que 'estilo' minha filha...

Outra que me tirou do sério foi a Constanza Pascolato. Ela comprou um par de óculos escuros num brechó, 20 conto... Mas aí ela recomenda que troquem a lente para garantir que não fará mal aos olhos. Poxa, trapaceou legal. Quanto ficam lentes escuras novas na ótica do Iguatemi? R$30,00 my ass...

Por fim, a Julia Petit, que comprou calcinha e soutien nas Americanas. Poxa, certeza que com 30 contos dá pra comprar coisa bem melhor. E se ela tá precisando de underwear, vai no depósito São Jorge na 25 de maio, né? Pelo menos a qualidade é melhor...

Putz, por que é que eu ainda leio a veja mesmo?

26 agosto 2008

"se você não quiser se rebaixar, eu não tenho problema nenhum em fazer por você"...

uma conversa de MSN qualquer........


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Fui na pré-estréia de 'Blindness', do Fernando Meirelles, ontem. Adentrei o mundo de Caras com uma coca-cola na mão, recusei a pipoca gratuita, esbarrei no Daniel Oliveira na entrada da sala, e mergulhei na cegueira branca do cinema. Acompanhada do Thi, do ECINE (lá da Secretaria de Cultura), foram quase três horas de visualização de um dos melhores livros que eu já li.

Provavelmente vai-se dizer muito que o filme estava aquém das expectativas, seja porque não quebrou o paradigma do cinema brasileiro de novo, como já tinha acontecido com 'Cidade de Deus', seja porque o livro não foi tão bem retratado quanto esperavam.

Eu fiquei agradavelmente surpresa com o Ensaio Sobre a Cegueira na tela. Primeiro, porque sou bem contrária ao clichê "uma imagem vale mais que mil palavras". Acho que no caso do cinema, as imagens estão sempre tentando alcançar as palavras espalhadas pelo papel. Isso porque, quando adapta-se um livro, mesmo que curto, é muito difícil reproduzir as páginas de uma história em cenas de segundos.

Por exemplo, toda a reflexão do Saramago sobre a cegueira e a natureza humana que se revela com essa epidemia inexplicável, toda a "filosofação" que se desenvolve no livro, não é bem trazida pro filme. Acho que iria ser um filme extremamente chato se não se prendesse mais à história do que à filosofia. Não que não haja questionamentos, nem pontos profundos. Mas o "overall" é mais raso e linear.

Em segundo lugar, todo roteiro adaptado é um desafio. As pessoas todas têm na sua cabeça como deveriam ser os personagens, os lugares, o ritmo de narração. Esse até foi um defeito, acabou ficando meio corrido... Mas visualmente o Meirelles inovou de novo. São vários takes, sem exagero, na medida certa, sem foco, no escuro, ou com muita luz. Provocam sensaçoes físicas na platéia. Temos um pequeno gostinho do que os personagens estão passando.

Claro que nem tudo são flores. Me desgostou um pouco o Gael como rei da Ala 3 (ou Camarata 3), já que na minha cabeça ele seria uma figura horrenda, daquelas que só de olhar temos náusea. Não seria lindo nem tão educado, não seria o Gael. A Julianne Moore (que estava ontem lá, ui!) também nem foi taaanto o que eu esperava. O Mark Ruffalo, por outro lado, tava super bem. A angústia dele parecia de quem estava de verdade passando por aquilo. E a Alice Braga achei bem ruinzinha...

Sobre a fotografia, achei perfeita. Não acho que mudaria nada. Foi bem fantástico ver a mudança de cenas filmadas em cidades diferentes formando um único lugar não-identificável, que poderia ser Paris, França ou Bahia (como diria minha mãe). A Direção também, obviamente, é fantástica. Gostei como exploraram todo o jogo de luzes e sombras, bem diferente. A parte da Direção de Arte, por outro lado, poderia ter arriscado mais, e sujado mais as locações. Nisso concordo com o Thi, acho que no livro tudo é bem mais sujo e nojento...

Por fim, como leiga total, dou nota 8 pro filme. Muito bom, three thumbs up.

21 agosto 2008

beautiful mess




















far far, there's this little girl
she was praying for something to happen to her
everyday she writes words and more words
just to speak out the thoughts that keep floating inside
and she's strong when the dreams come cos' they
take her, cover her, they are all over
the reality looks far now, but don't go

how can you stay outside?
there's a beautiful mess inside
how can you stay outside?
there's a beautiful mess inside
oh oh oh oh

far far, there's this little girl
she was praying for something good to happen to her
from time to time there're colors and shapes
dazeling her eyes, tickeling her hands
they invent her a new world with
oil skies and aquarel rivers
but don't you run away already
please don't go oh oh

how can you stay outside?
there's a beautiful mess inside
how an you stay outside?
there's a beautiful mess inside
take a deep breath and dive
there's a beautiful mess inside
how can you stay outside?
There's a beautiful mess
beautiful mess inside

oh beautiful, beautiful

far far there's this little girl
she was praying for something big to happen to her
every night she ears beautiful strange music
it's everywhere there's nowhere to hide
but if it fades she begs
"oh lord don't take it from me, don't take it yourselves"

20 agosto 2008

19 agosto 2008

Someecards
















totally inspired by Pinheiro Neto Advogados...

18 agosto 2008

a culpada pela barriga proeminente é a cerveja
e pela impotência, a mulher

pelas artérias entupidas, a manteiga
e pelas safenas, a mulher

pelo enfisema pulmonar, o cigarro
pela falta de ar, a mulher

maridos são sempre inocentes

15 agosto 2008

Torpeza?

torpor


desperta maldade ímpeto planejado
desperta crueldade com palavras que se espalham com vento fogo folha
seca
queimada

trago à tona o pior em você e faço isso sem saber, esperando que cada letra não se torne mais uma arma contra mim

cada elo se contamina doentiamente, e o vírus
fui eu que incubei
selvageria

tremo salgada e silencio para que o universo pare de se expandir
mas o universo continua se expandindo
e eu já não posso mais impedi-lo

todos se sujam, inofensivamente, e a doença
fui eu que passei
brutalidade

surto irrupção epidemia
só o imprestável acorda
e eu já não tenho mais vacina



quem provoca o vento, não sobrevive para ver a tempestade

Da tristeza e dos insultos

É difícil se sentir injuriada e não poder se defender. Me lembro de um texto do Jhering, "A Luta pelo Direito". Sei que o juridiquês estava banido deste blog, mas este texto é especialmete importante para mim e creio que é bem importante conhecê-lo. Fiz um trabalho sobre ele, e como epígrafe coloquei trecho do poeta Eduardo Alves da Costa:

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.


Depois de reler o poema, escrevi isso...


Eu não quero que sinta pena ou raiva ou qualquer outra coisa. Quero somente que me leia com o coração aberto.

Fiquei preocupada, nervosa, aliviada. Não a quero mal, muito pelo contrário.

Escrevi num momento de ódio. Não disse nada sobre ela. A outra, sim, estava muito triste (e eu também, afinal, era meu amigo).

Não pedi que o ignorassem. Nada tinha que ver com o problema. Mas decidiram me chamar de tudo de ruim que há no mundo. Porque eu tentei protegê-la.

Ninguém esperou o ônibus partir. E não foi culpa minha.

Nunca xinguei ninguém. Nem insultei ninguém. Não chamei ninguém de amendoim ou cachorro. Foi tudo muito baixo, e se alguém tem que estar triste, sou eu. Sei que não mereço. Sei que fizemos o nosso melhor.

Me disseram que não devemos nos esquecer dos que estão a nossa volta. E foi exatamente o que eu fiz. Fiz para que não nos esquecêssemos de protegê-la.

Sinto muito que tudo chegou a esse ponto. Pensei que havia respeito humano entre nós, mas estava errada. Eu os respeitei, mas fui desrespeitada. E isso dói muito

Tristeza nem começa a descrever o que sinto agora.

14 agosto 2008

Rose from the dead?

No, just from the ICU...

O blog ainda não morreu... ainda. Se bem que esteve correndo risco de morte nos últimos meses né? Isso que dá trabalhar por um salário ridículo.

Voltando ao objetivo do blog, posto alguns poemas do Estimado Cliente, livro do Rodrigo Flores, que eu traduzi e que provavelmente vai sair pelo Demônio Negro.

I.

Que quiçá dizer distância

seja a maneira de

enclausurar a

distância

a maneira do quiçá

da clausura

Que quiçá representar

a distância

seja impossível na Cidade

porque esta retém

as clausuras

em compartimentos de

impossibilidade

em maneiras claudicantes

em reiterações de quiçás

que não de afirmações

que não de figuras ou figurações

que não de legitimidade

mas de revestimentos

de dúvidas que são quiçás

Não dúvidas

senão discursos da dúvida

módulos do não

edificações do não

É dizer

figurar a distância

sua plenitude

é uma

imagem contingente

revestimento opaco

recorrente

tralha mística

Um caminhar é a distância

Uma imagem do pedestre é a distância

Uma negação da imagem do caminho é a

distância

A clausura do não do que caminha é uma

representação da Cidade


II.

Se procede a dizer que

a distância é a distância

é a distância um país Se procede

a omitir que um país não tem corpo

tem distância Corpo ausente Se

procede a representar um país

corpo ausente

distância

ausência de representação

Se procede

a corporificar

uma representação

um país

a distância

Carpe Diem

procede a se ausentar

centro da Crueldade

III.

Haverá que reconsiderar

As projeções

da distância

sobre o corpo

Haverá que projetar

as reconsiderações

os corpos

os elementos da distância

suas plenitudes

seus módulos de dizer e calar

seus procedimentos

claudicantes

seu Quiçá

IV.

A distância não é

Distância Com

tém migrações

corpos países

reiterações

de módulos do Não

quiçá legitimações

de impossibilidade

quiçá

Não