27 agosto 2007

Delicadezas



















A Marocas agora tem também um fotolog. Acho que chama Delicadezas. Inspirada nisso, vim falar de algo que o fotolog dela me lembrou... (nossa, só falo das Marocas aqui no Quati né?)

Acho que delicadeza é algo que falta muito na nossa vida hoje em dia. Poderia até dizer "na vida pós-moderna", mas como ainda não decidi como eu me sinto sobre esse termo, prefiro dizer "na atualidade" hehehe. Sou boa no tucanês ou o que?

Acho que falta um "bom dia" e um sorriso no elevador, um segurar a porta pra quem tá entrando ou saindo. Um dar passagem pra um pedestre apressado, ou pra um carro saindo da garagem. Falta dizer obrigada, até logo, desculpe... Quantas vezes por dia a gente não esquece disso tudo? Mas até parece que estou aqui dando aulas de etiqueta... Não é não.

Quero falar das delicadezas mais esquecidas como lavar a louça pra mãe que chega tarde do trabalho, ou arrumar a mesa do café pro pai que levanta cedo... Ajudar a irmã a revisar uma redação, ou mesmo a escolher uma roupa.

Falta também delicadeza nas relações amorosas. No cuidado que deveria se ter com as palavras, considerando que são bem capazes de assumir formas de navalha, dependendo da situação. Delicadeza boa de se ganhar um pedaço de cheesecake a troco de nada. E nem ter nada pra retribuir e não precisar retribuir! Só o sorriso sujo de calda...

Tem também a delicadeza da amizade... Temos amigos sutis como elefantes, mas alguns dignos de admiração! Aquele que pede pra você ligar avisando que chegou bem em casa, ou pelo menos mandar um SMS. Aquele que se oferece pra dividir o estacionamento, se oferece pra dar colo, mesmo precisando de colo, que se joga quando você se joga! E sem medo do que acontece depois...

Quero mais a delicadeza de um telefonema, de um email, de um scrap. Quero a delicadeza de um abraço, de um beijo, de um carinho. Quero a delicadeza de um mimo, de uma surpresa, de um presentinho. Quero a delicadeza de um poema, uma música, uma cena. Quero a delicadeza de um livro, um CD, uma fita VHS.

Tenho lançado algumas campanhas. No Tantaprosa (ei, olha a propaganda aí, gente!) lancei a campanha pela honestidade nas relações. Acho que melhorei o conceito e re-lanço essa campanha pela honestidade e delicadeza nas relações.

Quero a delicadeza de uma fotografia.

26 agosto 2007

Pedido

Como vocês sabem, eu e a Marocas postamos às terças-feiras no blog Tantaprosa. O post da semana passada foi sobre a dificuldade que as mulheres têm de pedir, com todas as letras, o que querem aos homens.

Bom, nessa linha, ontem Victor comentou que o Xico Sá, no seu blog, também falou sobre esse assunto. E hoje ele me mandou o texto, muito bom, que reproduzo aqui, com os devidos direitos autorais...

A ARTE DE PEDIR
Uma das maiores virtudes de uma fêmea é arte de pedir.
Como elas pedem gostoso, como elas são boas nisso. Resistir, quem há de?
Um simples “posso pegar essa cadeira, moço?” vira um épico. É o jeito de pedir, o ritmo da interrogação, a certeza de um “sim” estampado na covinha do sorriso.
Pede que eu dou. Pede todas as jóias da Tiffany´s, minha bonequinha de luxo. Estou pedindo: pede!
Eu imploro, eu lhe peço todos os seus pedidos mais difíceis. Não me pede nada simples, faz favor, please. Já que vai pedir, que peça alto. Você merece, uma mulher como essa não tem preço.
Um concerto de Iggy Pop, bem longe? Te levo.
Amor sincero? Fácil, fácil.
Fidelidade? Acabo de criar o seu exclusivo cartão de milhagem.
Como é lindo uma mulher pedindo o impossível, o que não está ao alcance, o que não está dentro das nossas posses. Podemos não ter onde cair morto, mas damos um jeito, um truque, 12 vezes sem juros, no pré-datado, no cheque sem fundos.
Até aqueles pedidos silenciosos, quando amarra a fitinha do Senhor do Bonfim no braço..., são lindamente barulhentos.
Homem que é homem vira o gênio da lâmpada diante de uma mulher que pede o impossível.
Ah, quero o batom vermelho dos teus pedidos mais obscenos. “Amor, posso te pedir uma coisa? Posso mesmo?”
Flores de helicóptero? Como na filosofia do pára-choque, o que você pede chorando que não faço sorrindo?!
Pede, benzinho, pede tudo.
Que eu largue a boemia, pare de beber e me regenere???
Pede, minha nega, que o amor tudo pode.
Mesmo as que têm mais poder de posse que todos nós não escapa de um belo pedido.
Com estas, as mais poderosas, tem ainda mais graça. Elas pedem só por esporte ou fetiche, o que não lhes comprometem a pose e muito menos a independência futebol clube.Não é questão de poder ou dinheiro. O que importa é o pedido em si, o romantismo que há guardado no ato.
Eu lhe peço: me pede.
Não pede mimos baratos, pede atenção, por exemplo, essa mercadoria tão cara ao mundo das moças. Pede, amorzinho, pede gostoso, sou o senhor das tuas demandas.

Xico Sá

21 agosto 2007

Tem dias...















Chega uma hora que a gente precisa encarar a verdade. Nem sempre é na hora certa da vida. Quando é muito cedo, não temos maturidade pra lidar com a dura realidade, com toda a responsabilidade que se encontrar com o verdadeiro acarreta. Já quando é muito tarde, não temos mais a vontade e talvez a força de provocar mudanças na nossa vida pra nos adaptarmos ao real.
Creio que pra mim chegou num momento certo. Descobrir a minha verdade e me apropriar da minha vontade foi um passo muito grande. 20 anos me parece uma boa idade. Acho que não é cedo, afinal já passei por algumas encruzilhadas essenciais na vida de um "jovem". Por outro lado, não é tarde demais para se mudar de rumo e criar um novo caminho.
É um processo lento e dolorido esse de se conscientizar de si próprio, de se despir das expectativas alheias e aliviar as (o)pressões sutis do dia-a-dia. É algo que se constrói com lágrima, com briga, com quebra e com perda. Mas que também leva a crescimento, a conhecimento, a paz.














Nesses momentos de transição eu me sinto como numa estação. Desembarcando de algum lugar pra ir pra outro melhor. Acordando de um sonho e encarando a realidade. Nesses momentos de transição é tudo passageiro, porque uma hora a gente tem que embarcar, a gente chega a algum lugar e fica, vive, experiencia e quando quiser, parte. São os famosos "ciclos". Só não gosto dessa palavra porque ciclo me lembra círculo, e andar em círculo significa voltar sempre pro mesmo lugar.

Não, não quero andar em círculos, não quero voltar ao mesmo lugar. A gente tem é que andar em espiral. E tem hora que a gente passa por momentos de indefinição de trajeto, direção, sentido, objetivo. Como se estivéssemos perdidos no metrô de Londres procurando qual linha pegar pra ir pra qual intersecção, pra depois seguir pro nosso destinho. E é isso que eu chamo de transição, estar na plataforma pra pegar o nosso novo rumo.

Eu estou na plataforma. Tenho que comprar a passagem e escolher meu trajeto. Em qual trem subir?

Se esse rumo assim foi feito, sem aprumo e sem destino
Saio fora desse leito, desafio e desafino
Mudo a sorte do meu canto, mudo o norte dessa estrada
Em meu povo não há santo, não há força, não há forte
Não há morte, não há nada que me faça sofrer tanto
Vai, violeiro, me leva pra outro lugar
Eu também quero um dia poder levar
Toda gente que virá
Caminhando, procurando
Na certeza de encontrar





17 agosto 2007

Há dez dias que eu não posto nada. Assim como o blog, tenho estado vazia nesses últimos tempos... Não de conteúdo, mas de coisas que valham a pena ser externadas... Andei um caminho muito árduo nos últimos dias, de auto-conhecimento, encontrando verdades duras e angústias grandes. Analisando meu caminho, olhando pro futuro, pesando minhas escolhas até aqui, especulando sobre as que virão.

Acho que cheguei no fundo do poço. E daqui há sempre uma boa perspectiva: não dá pra ir mais fundo, de agora em diante é só subir. Ou não, pode-se também ficar estacato onde se está, chafurdando numa água turva e confusa. Mas prefiro a visão mais otimista que prevê a ascenção... Sei que desse limbo eu saio, pra tomar decisões, fazer escolhas, determinar o passo.

Afora assuntos deprimentes de ordem interna, há sempre felicidade no mundo. Fim de semana passado a Cau e o Marcão casaram! Foi tudo muito lindo, muito bom. A capela, a cerimônia emocionante, a festança farta de comida, bebida e risadas!

Começou com a viagem de carro pra Ribeirão Preto (naturalidade da noiva), que foi bem cômica, considerando as personagens: Gege (dirigindo), Manu, Carol Marossi (escondida à direita), Dan e eu.














Chegando na cidade, o parto que foi achar o hotel fica à parte. Nos arrumamos para o casório, fomos para a capela numa van. O Gus, o Vina, a Luisa e o Caio estavam no mesmo hotel que a gente, eu dei uma de agente de viagens e organizei nossa estadia.

(vina na van tirando fotos e manu com ares de estrela de cinema!)



















Houve uma cerimônia linda (chorei muito, e a Carol também...), o Marco e a Cau estavam radiantes, os pais deles também. Foi tudo muito bonito mesmo. Mas pulemos pra parte da festa que foi a mais divertida. Primeiro que tinha muita comida. MUITA. E também muita bebida (tomei taaaanto espumante!)

(queridas Ju, Manu e Carol - amo!)
















A festa foi ótima, a gente ganou aqueles brindezinhos, mas não aqueles iguais a todos os casamentos, tinha colar de havaiana, chapéu de palha de sambista para os homens e umas flores de cabelo lindas pras moças...

Abaixo, foto minha com o noivo....

















Na manhã seguinte acordamos pra pegar o café da manhã do hotel. Depois da festança, pra curar ressaca, fomos ao pinguim beber chopp!!! Almoçamos lá, passamos num restaurante onde estavam almoçando as famílias dos recém-casados e voltamos pra São Paulo. Foi um fim de semana divertidíssimo, ficou pra história!


















Ps: detalhe pra Manus enlouquecidas na volta da viagem depois de comer fandangos e ficar atacada como um gremilin por causa dos corantes artificiais!!!

07 agosto 2007

De novo o Sarau

Aqui vai a programação completa do Sarau da Vacamarela

Lançamento do número 6 do Jornal O Casulo + Sarau vacamarela
dia 10/08 - 19h30

Programação

19h30 - abertura com o poeta Marcelo Montenegro.

20h00 - sarau vacamarela (Celso Borges e Carol Martins lêem poemas do grupo vacamarela com intervenções do músico Rafael Agra).

20h30 - dois pocket-shows com os músicos Kadu Ayala, e depois, Vinix Leite.

21h15 - sarau aberto ao público. Para participar, inscreva-se na entrada do auditório.

Biblioteca Alceu Amoroso Lima
R. Henrique Schaumann, 777 (esq. com Cardeal Arcoverde)

Na ocasião, haverá distribuição gratuita do número 6 do jornal O Casulo, que traz uma entrevista com Zeca Baleiro, poemas de Angélica Freitas, Marcelo Montenegro e Ronald Polito, e imagens de Luli Penna e Francisco dos Santos.


Espero todos por lá... Múúú!

06 agosto 2007

Sarau: Vacamarela!

Há alguns dias sem postar, venho com uma boa notícia. Essa sexta teremos um Sarau na Alceu de Amoroso Lima, com atores, músicos, comes e bebes, etc. Um sarau aberto para o lançamento da Sexta Edição do jornal de poesia, literatura e afins - O CASULO.




















Além disso, nesse sarau, será lançada, também a Associação sem fins lucrativos Vacamarela, um apanhado de pessoas que organiza diversos eventos literários em SP, inclusive o próprio Casulo, e a Flap, que se reuniram mais organizadamente nessa associação.

Ah, pro lançamento d'O Casulo 6 contamos com o apoio da Prefeitura de São Paulo, pela Secretaria Municipal de Cultura, com o apoio do VAI - Valorização de Iniciativas Culturais, da Casa das Rosas e do Observador Cultural .org.












Passados os informes cabíveis, vai um trecho de um poema do maior poeta...

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...

01 agosto 2007

Happy birthday to you!

Hoje é aniversário do meu papai, 01/08... Um leonino muito simpático, careca, magrelo, caladão e muito amoroso. Meu papai é foda. Parabéns pra ele, pelos 56 anos. Fomos jantar num restaurante italiano que chama Pasquale, uma delícia, tomamos vinho, comemos muito, teve direito até a fatia de bolo de chocolate com velinhas... É sempre bom comemorar...













Até uns 6 anos de idade eu adorava fazer aniversário. Minha mãe, coruja que era com a primeira filhinha, fazia aquelas festas no salão do prédio onde morávamos, com direito a mesas temáticas. Cada ano era uma princesa ou um filme da Disney...

Até que eu entrei na primeira série primária. Nasci no dia 26 de dezembro, na verdade nas primeiras horas do dia 26. Foi um presente de Natal meio retardado. E por isso, todos os meus aniversário caem nas férias de verão. Ou seja, sempre passava com a família no interior, na ressaca do Natal.

Ninguém aguentava comer mais nada nem beber, e eu sempre ganhava um presente só... Se fossem presentes que valessem por dois, ainda vá lá, mas nunca ganhava nada especial! Claro que meus pais me davam presenteS e meus avós e meu tio Miguel (irmão da minha mãe). Eu era sempre a criança traumatizada pelo aniversário...














No Natal que eu fiz 15 anos, haviam preparado uma comemoração lá em Rolândia, famigerada cidade já citada em posts anteriores, onde eu sempre passo essa época do ano. A gente ia num restaurante, a família toda (é enorme, minha avó tem 8 ou 9 irmãos, eu sempre perco a conta), ia ter bolo e parabéns, nada daquelas comemorações xoxas pós-ceia-do-dia-25 que sempre tinha torta de frango, sorvete e torta de morango (a torta de morango ainda era boa, minha preferida).

Acontece que, alguns dias antes do dia 24, o irmão da minha avó faleceu num trágico acidente de carro. O coitado do tio Toninho era um dos irmãos mais novos, bem querido por todos. E cancelaram minha festa. Que seria surpresa, se minha mãe não tivesse, no dia do meu aniversário, quando ninguém apareceu no jantar da torta de frango na casa da minha avó, me contado que eu tinham planejado uma festa legal que não ia mais acontecer. Coitada de mim, mas mais coitado do Tio Toninho.

Eu sempre me sentia assim nos meus aniversários... Acho que agora já me acostumei, não é?