14 agosto 2008

Rose from the dead?

No, just from the ICU...

O blog ainda não morreu... ainda. Se bem que esteve correndo risco de morte nos últimos meses né? Isso que dá trabalhar por um salário ridículo.

Voltando ao objetivo do blog, posto alguns poemas do Estimado Cliente, livro do Rodrigo Flores, que eu traduzi e que provavelmente vai sair pelo Demônio Negro.

I.

Que quiçá dizer distância

seja a maneira de

enclausurar a

distância

a maneira do quiçá

da clausura

Que quiçá representar

a distância

seja impossível na Cidade

porque esta retém

as clausuras

em compartimentos de

impossibilidade

em maneiras claudicantes

em reiterações de quiçás

que não de afirmações

que não de figuras ou figurações

que não de legitimidade

mas de revestimentos

de dúvidas que são quiçás

Não dúvidas

senão discursos da dúvida

módulos do não

edificações do não

É dizer

figurar a distância

sua plenitude

é uma

imagem contingente

revestimento opaco

recorrente

tralha mística

Um caminhar é a distância

Uma imagem do pedestre é a distância

Uma negação da imagem do caminho é a

distância

A clausura do não do que caminha é uma

representação da Cidade


II.

Se procede a dizer que

a distância é a distância

é a distância um país Se procede

a omitir que um país não tem corpo

tem distância Corpo ausente Se

procede a representar um país

corpo ausente

distância

ausência de representação

Se procede

a corporificar

uma representação

um país

a distância

Carpe Diem

procede a se ausentar

centro da Crueldade

III.

Haverá que reconsiderar

As projeções

da distância

sobre o corpo

Haverá que projetar

as reconsiderações

os corpos

os elementos da distância

suas plenitudes

seus módulos de dizer e calar

seus procedimentos

claudicantes

seu Quiçá

IV.

A distância não é

Distância Com

tém migrações

corpos países

reiterações

de módulos do Não

quiçá legitimações

de impossibilidade

quiçá

Não

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